De quando decidimos saltar 1.400km de Mar del Plata a Bariloche numa viagem só!

Foi bom descansar por um fim de semana na mesma cidade e não passar todo o trabalhão do fim de semana passado novamente. Viver poucas aventuras e ficar tranquilo quando se está cansado é tão bom quanto viajar e conhecer lugares novos. Ah, se é!

Mar del Plata, Argentina

Ficamos mais uns dias em Mar del Plata, no mesmo camping e com a mesma rotina da Semana 7. No conforto, em meio à natureza,  porém, andando pra lá e pra cá para encontrar um local com um sinal que prestasse de internet para poder dar conta do trampo da Cronic.

Chuva lá fora e bagunça dentro de “casa”. Quem nunca?

A gente já tava meio preocupado em encontrar a próxima cidade, pois na Argentina é bem comum que os campings fechem depois da Páscoa, e passar o mesmo sufoco como na última viagem não seria nada agradável. Foi então que começamos a pensar em novas alternativas, onde coubesse no bolso e fosse junto da natureza.

Duas comédias trabalhando no sol, ainda em Mar del Plata

Lá vamos nós na labuta semanal de e-mails e ligações para a próxima cidade, que deveria ser mais ao Sul da Argentina, somente isto. Um hostel acá e acolá, vários campings fechados, algumas tentativas sem sucesso pelo Couchsurfing, alguns locais no AirBNB, e foi! Neste site mais genial do mundo, onde encontramos o melhor e mais barato local para ficar! Conseguimos uma reserva de um quarto num chalé, em meio às arvores, com uma família bem comentada, belas fotos, cachorros, preço bem próximo daquilo que estávamos pagando em camping, e a cidade era nada mais, nada menos, que San Carlos de Bariloche! É… bons ventos nos sopraram!

Só teríamos que nos organizar muito bem, pois de Mar del Plata a Bariloche é pouco mais de 1.400 Km. Nosso check in seria no sábado e não estávamos a fim de chegar de madrugada na casa dos outros. Não mesmo!

De carro até Bariloche

Saímos de Mar del Plata na sexta-feira a noite. Tranquilos e sabendo que tínhamos muito chão pra andar e com um combinado: quando o cansaço batesse durante a noite, iríamos parar! Partimos sempre ligados em manter o ponteiro da gasolina para o alto, pois sabíamos que seriam 2 tanques e um tiquinho até o fim da linha, e possivelmente, para “baixo” seria mais caro.

Andamos, andamos e andamos. No caminho a gente pagou apenas 1 pedágio que custou R$2,66 e fomos parados duas vezes pela vigilância. A primeira foi para recolher frutas do carro e a segunda, já no estado de Rio Negro, para ver se não teria carne. Nesta, a gente só abriu o porta-malas e disse algo como “mim ser vegetariano” e, índios liberados!

A estrada era longa, porém bonita!

A parada pro soninho foi num posto, sentados e dentro do carro, numa cidade entre Bahía Blanca e Choele Choel. E nem foi ruim, pois sabíamos que seria assim. Nossos cérebros já estavam avisados de que esses corpos não teriam uma cama naquela noite. E assim foi.

Beleza subjetiva do vazio

E foi chegando em Rio Negro, próximo à famosa Ruta 40, que entendemos o porquê de quando olhávamos aquela região da Argentina no mapa e ela era toda marrom. E, simplesmente, é marrom. Pelas estradas não se vê pastos e plantações como no Brasil, e sim, uma paisagem completamente diferente para nós. Morros arenosos e uma terra escura, esculpidos pelo vento, que formam paisagens tão novas e únicas, que nos fez viajar nos perguntando o que era aquilo o tempo todo!

A Argentina no lado marrom

Cada cidade que passávamos, o fascínio pelas cores da natureza só aumentava. Árvores com folhas amarelas, pinheiros altos e finos divididos entre o pouco verde escuro e galhos ressecados pelo frio. Um retrato de outono que não se vê em qualquer lugar.

Cores únicas que estavam só começando

Respira, só mais 400 km!

O caminho entre a cidade de Neuquén até Bariloche foi um dos mais cansativos, e sem dúvidas o mais lindo! Pois todas as paisagens vistas durante a viagem se intensificaram naquela viela deserta e quase sem fim. Por vários quilômetros não se encontra um posto, uma casa, um bar, um nada! O que se vê lá é apenas a natureza sendo ela mesma, com morros e lagos que parecem surgir do nada. Lindo e difícil explicar com palavras. Se puder, conheça enquanto for vivo!

RN – 237

RN – 237

RN – 237

O esperado check in

E 1.400 quilômetros depois de Mar del Plata, após várias paradas para fotos, espreguiçadas e admirar a tão estranha e bela paisagem, chegamos à porta de entrada para a Patagônia. Era noite, quase 24 horas depois de sairmos, percebemos o quão sensacional era Bariloche. Bem cansados, fomos direto à tal casa do quarto alugado pelo AirBNB, onde fomos recebidos com pizza e uma adorável conversa antes de cair numa cama de verdade, depois de tanto tempo em barraca!

Rua de casa da próxima semana

Ufa! Semana que vem, tem fotos de Bariloche! E você já veio ou conhece alguém que fez este caminho de carro e ficou tão entusiasmados como a gente? Conta aí!