Fronteira Argentina e Chile de carro

Despedida de Bariloche e partimos rumo ao Chile. Eu, ele, a sogra, um carro entulhado de coisas, previsão de muita chuva, um pouco de neve e uma vontade louca de cumprimentar o Pacífico!

Antes de sair tivemos que comprar Cadenas, as correntes obrigatórias para os pneus dianteiros, no caso de ter mais de 10 cm de neve. Um treco caro e mega difícil de colocar. Pagamos 60 dólares no par de “pulseiras” e elas não saíram da caixa e nem foram exigidas em momento algum! Mas… era obrigatório!

Nosso primeiro destino, Valdívia, Sul do Chile. Deveríamos passar por Neuquen, Villa da Angostura, San Martin e partir rumo à Cordilheira. Seria assim, se a Tia do GPS não tivesse dito “vire à direita” quando na verdade deveríamos ter entrado à esquerda!

Os tolos foram aonde o GPS apontou e acabaram caindo numa estrada de chão, onde até daria pra pegar a fronteira e chegar em Valdivia por uma balsa, porém, quando chegamos, a última balsa tinha acabado de partir (…) Só nos restava curtir a linda paisagem, dar meia volta e buscar outro caminho.

Bariloche-a-43

A recompensa de pegar o caminho errado!

Andamos por estradas boas, ruins, de barro, esburacadas, desertas, sem sinalização, escuras até encontrar a tal da entrada para o Chile. Minha sogra coitada, que veio curtir uns dias de férias, tava quase tendo um treco, achando que seríamos assaltados, que o pneu ia furar, que ia anoitecer e iríamos encontrar a fronteira fechada… Mil coisas para pararmos num hotel. Só que, pra nós, depois da cansativa viagem de Mar del Plata, nada mais nos assustava.

Um bom tanto de estrada de chão e achamos a tal fronteira entre Argentina e Chile, onde além de apresentar todos o documentos, dizer pra onde, com quem, por quê estávamos indo e rir das piadinhas dos agentes da aduana, tivemos que tirar toda a bagagem do carro para verificarem se estava tudo Ok.

Foi cômico, não parava de sair malas e coisas de dentro do nosso carro. E com certeza eles encucaram que teria algo errado, com aquela gente usando tocas engraçadas, com um carro velho do Brasil e passando a fronteira a noite. Fizeram A VISTORIA em tudo! Chegaram a estacionar uma camionete atrás de nós, revistaram embaixo do carro, o capô, dentro das janelas, entre as portas, espiaram cada buraquinho do carro, desenrolaram os tapetes da barraca, e por último, passaram um cão farejador dentro do carro e entre nossas malas. Até darem um sorriso e dizer: está tudo certo, boa viagem. – Idiotas!

Bariloche-a-42

A maladragem do pessoal da aduana não parou por aí. Como era noite, mas ainda não tinha dado o horário de fechar, eles “gentilmente” se prontificaram a ir até a aduana do Chile avisar que iríamos passar. Era apenas 1 km, e o “guardinha” teve a petulância de nos parar no meio da estrada pra dizer: voltem, eles já fecharam!

Aquilo soou como se ele tivesse insultando a mãe de quem tava com fome. Já pensou ter que voltar, dormir em algum lugar e passar todo o perrengue de novo no outro dia? – Muito obrigado seu guarda, você foi muito gentil em nos avisar, mas vamos até lá mesmo assim! E adivinha só, é claro que era treta e ele tava querendo tirar uma com a nossa cara. O pessoal da aduana do Chile nos atendeu, meio correndo e fazendo mil perguntas enquanto tirávamos tudo do carro mais uma vez, mas nos deixaram passar numa boa!

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O caminho até o Chile é lindo!

Chegando no Chile

De cara descobrimos que a gasolina não era tão cara quanto todos da Argentina nos falavam. Que alguns chilenos são meio egoístas e com resquícios de uma geração Pinochet, e que por sorte, (ou evolução?) não é regra geral.

A gente tava meio perdido, sem saber ao certo aonde era a casa onde tínhamos alugado pelo Airbnb, procurando um mísero sinal de wifi pra poder falar com nosso anfitrião, e quem diz que os estabelecimentos liberam a tal da senha! (Wifi no Chile é ouro!)

Por sorte, um carinha ouviu o dono do bar dizer um belo não, se levantou da mesa, saiu atrás do Marquinhos, e simplesmente, ofereceu o celular e ainda nos levou onde iriamos ficar. Assim, a troco de nada, fez uma boa ação na madrugada.

Mil obrigados, jovem chileno!

 

houseless

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