Da loucura de Buenos Aires a calmaria de Mar del Plata #Semana7
Malas arrumadas, casa empacotada, tanque cheio e, engatamos o cinto em mais uma viagem. Desta vez rumo a Argentina!
Saímos cedíssimo de Punta, uma passada pela capital Montevidéu e partiu Colonia del Sacramento pegar uma carona com o Buquebus – a balsa gigantona que transporta carros e pessoas do Uruguai à Argentina. Até aí tudo certo, só alegria na viagem, paradas para várias fotos, farofar alfajores, trocar pesos argentinos, e energia positiva pra ir à terra do vinho e doce de leite.
Pois é. O fato é que o tal do Buquebus além de ser caro pra caramba (o bilhete mais barato iria sair quase 500 pila) e tinha chegada PREVISTA para 22:30, o que se tornou uma baita pedra no sapato naquele momento. Ou era sentar, esperar o dia todo e gastar um absurdo para atravessar um rio e ainda ter que gastar com hotel. Ou, encher o tanque mais uma vez e rodar alguns quilômetros numa estrada mais ou menos para cruzar a fronteira. Adivinhem? É claro que sairia mais rápido e barato ir rodando!
O caminho era meio feio, uma estrada longe de ser boa e a gasolina cara, mas fomos! Fomos e chegamos à tal da ponte divisora de nações, Libertador General San Martín. E bastou fazer check in na Argentina para sermos recebidos com um belo convite de boas vindas e um pedágio de ARS 100, o equivalente a R$34,00. É. Foi caro, mas mesmo assim saiu mais barato que atravessar de Buquebus. Dali até a capital foram mais 229km. Ao todo foi gasto de Colonia a Buenos Aires R$162,00 entre pedágio e gasolina. Hasta luego Buquebus!
Enlouquecidos em Buenos Aires
A gente sabia que a cidade era gigante, mas nem imaginávamos tamanha magnitude. Estrutura gigantesca, incontáveis viadutos, alta velocidade, um número de carros excessivamente grande e uma recepção nada simpática para quem chega desavisado por ali. Parecia que estávamos numa Matrix, cansados, com fome, sem nenhum lugar para estacionar e de olhos arregalados tamanha novidade em nossa frente.
Partiu para La Plata
Buenos Aires era só passagem mesmo, nosso destino era a vizinha La Plata, onde tínhamos um camping mapeado. Lá sim, deu pra parar, comer, respirar um pouco e seguir ao nosso destino. Estávamos chegando no tal do local mapeado, quando o GPS nos levou para um cruzamento na contramão (coisa linda!), paramos para pedir informações num posto policial, e um simpático guarda velhinho olhou fundo em nossos olhos e disse: Não vão para lá! Este camping está a beira do rio, num bairro ruim e perigoso. Passem a noite num hotel e amanhã sigam em frente. – É… Depois de tudo que tínhamos visto neste dia, como é que iríamos duvidar da palavra de alguém que se despede com um “Deus te acompanhe, filho”?
Lá vamos nós procurar hotel em La Plata. Tinham vários, vários e todos lotados! E agora? Dormir num posto sentado ou partir rumo a Mar del Plata – cidade mapeada para a segunda semana na Argentina? (…) Um cafézinho pra despertar, um tempinho para esticar as pernas e, vamos seguir. Seguir enquanto for possível. Viajamos a noite toda, somente paramos num posto no meio da madrugada para dormir durante umas 2 horas e evitar que começássemos a ver duendes, e fomos em frente!
De quando viramos a noite estrada
Chegamos em Mar del Plata às 7 horas da manhã e a sensação é de que estávamos chegando no paraíso. Uma cidade calma, bonita e completamente diferente da loucura de La Plata e Buenos Aires. Lá encontramos um camping bonito, confortável e com pessoas de bom coração, prontos a ajudar no que fosse preciso.
Camping em Mar del Plata
O camping tinha parquinho, mesinhas gentilmente coloridas, área para trailer e motorhome, espaço separado para barracas, muito bem organizado com árvores em volta que evitavam ventos fortes, churrasqueiras e mesas para cada parcela de barraca, e o banheiro, pasmem: o banheiro do camping além de duchas bem quentinhas, tinha porcelanato no chão e iluminação indireta. Igualzinho no Brasil. :S Na pexinxa da diária, pagamos ARS 75 (R$25,00) por pessoa e ainda ganhamos um dia na faixa! A única chatisse era o sinal de wifi péssimo, que nos fez ficar migrando de posto em posto, cafés, shoppings e lanchonetes para poder trabalhar.
A cidade Mar del Plata é de uma vibe bem tranquila, uma praia extensa, construções antigas, casas e mini castelos feitos de pedra, praças arborizadas, muita cultura e romance presente nas ruas, com artistas cantando para casais que bailavam em praça pública. O povo era muito simpático, e quando viam que havia um jovem casal brasileiro ao lado deles, se desmanchavam para dar informações e de alguma forma serem úteis. Obrigada!
Apesar da bela e tranquila cidade, foi ali que sentimos a parte chata do viajar sem rumo. Que por maior diversão que estávamos vivendo, ter que ficar mendigando wifi pra poder trabalhar e ficar correndo de banco em banco pra conseguir sacar dinheiro, pois não era em qualquer lugar que tinha caixa eletrônico internacional, e ainda gastamos mais do que o previsto. Foi bem cansativo. E por isso na sexta-feira, resolvemos, pela primeira vez, passar mais uma semana onde estávamos, pois, apesar da internet ruim, o Camping Calasans estava confortável, e iríamos economizar um bocado ficando parados por um final de semana, sendo que já tínhamos viajado por mais de 24h no último sábado.
E foi bom. A decisão foi bem sensata! Como disse um gringo que encontramos em Torres, se estiver pensando em ir a Mar del Plata para passar uns dias, vá! “És una ciudad bela y muy tranquila!” Então, a cá vamos ficar.
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