Frio, Canyons e a exorbitante natureza de Cambará do Sul #Semana2
Noites e noites pesquisando cidades e campings antes de sair de casa. Uma rota definida, um destino quase certo, uma longa viagem a cada duas semanas. Era mais ou menos esse o combinado. Mas por que não desviar a trilha?
Foi exatamente isso que fizemos logo no 9º dia. Era pra ficar duas semanas em Torres, mas nosso coração, alguns amigos e o Google Now nos indicavam a seta para Cambará do Sul.
Acordamos bem cedo no domingo, desmontamos tudo, e enquanto Marquinhos organizava toda a bugiganga no carro, eu aproveitava a internet boa para enviar arquivos de um projeto que estava sendo finalizado.
Tudo organizado e lá vamos nós: BR-101, SC-290, Praia Grande – a cidade da mentira, pois não tem praia e nem é grande – sábias palavras de um frentista nos dando informação do caminho até Cambará do Sul. Daí em diante, pegamos alguns quilômetros lentos para subir a serra num caminho alternativo. A gente subiu tanto, que a impressão que dava é que chegaríamos ao céu mas não encontraríamos uma cidade lá em cima. Ainda mais indo por aquela estradinha de chão batido.
No caminho, conhecemos o Canyon Itaimbezinho no Parque Nacional Aparados da Serra. Por sorte deu pra percorrer a trilha até a borda do Canyon, as maiores não conhecemos pois logo baixou chuva e serração. No parque tem estacionamento, banheiros, água, espaço cultural e guias. Pagamos R$19 para entrar e estacionar.
Mais longos 18km de estrada de chão e ufa! Chegamos a Cambará do Sul. No Camping e Pousada Corucacas fomos muito bem recebidos pelo querido Sr. Roberto. Uma figura que retrata bem o gaúcho simpático trajando botas e bigode.
O lugar era estupidamente lindo. Valendo a pena todo o cansaço da demorada viagem. A gente acampou ao lado da pousada, pois era o único local do camping que pegava internet. De frente para nós, um lago com patinhos, que todos os dias nos brindava com o nascer do sol em suas costas. Estávamos sempre cercados por lindas ovelhas e vaquinhas gorduchas. O despertador cantava cedo junto com o galo e o brilho da natureza.
O camping tinha banheiros, chuveiros de água quente, churrasqueiras e água potável. Mas não tinha cozinha. Então tive que me virar no fogão de uma boca. A diária do camping é R$10 por pessoa, mas acabamos fazendo permuta num redesign da logo para a pousada.
Cambará do Sul é pequeninha, romântica e ge-la-da! Gente, como é frio! Geralmente dava sol forte de manhã e a tarde já puxávamos dos casacos. Foi lá que tivemos que nos munir de luvas e toucas e, também, quando começamos a pensar que nossa estrutura de tenda + barraca iglu poderia ser melhorada.
No sábado conhecemos o Canyon Fortaleza, um lugar lindíssimo, onde logo na chegada fomos recepcionados por uma família de Graxaim, parecido com raposinhas que ficavam no estacionamento de olho na comida do povo desavisado que chegava por lá. No caso, nós. Uma delas entrou no nosso carro pela porta do motorista para ver o que tinha ali mas saiu correndo tamanho meu susto. E outra, mais esperta, roubou um saco de pão quando o Marquinhos deu bobeira no porta malas. Eitaa!
A gente achou que iria ficar tudo nublado. Mas tinha um sol quentinho no caminho. Pegamos a trilha da borda do Canyon onde dá frio na barriga de chegar perto. A Paisagem encanta e rende algumas risadas com pessoas que estão por ali nas arriscadas fotos sobre pedras na beira do precipício.
Pra chegar no mirante, subimos uma de trilha de 1.700 metros a pé. O caminho é lindo e vale levar água e lanche (desde que ele não seja comido pelos recepcionistas do parque). O topo é de encher os olhos, tamanha beleza da natureza. Obrigada Jah!
Apesar do frio e de termos que passar as mais lindas horas do dia em frente ao computador, pois trabalhamos normalmente durante a semana, a gente se divertiu muito em Cambará do Sul. Vale super passar uns dias na fazenda do Seu Roberto!
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