Peru, um relato de viagem em cores #Semana15
Festa do Sol, cores peruanas, um povo que preserva e valoriza a cultura, e nós, entrando de gaiato em uma das semanas mais felizes!
Bastou atravessar a fronteira com o Peru pra bater a sensação de que já eu havia estado ali. O sentimento era uma mistura de emoção e risos de ansiedade pela molecagem de chegar ao Peru de carro e perceber que estávamos encontrando uma cultura tão curiosa acompanhado da mudança repentina de paisagem, saindo do marrom do Atacama e encontrando os verdes morros peruanos.
Nosso itinerário no Peru começou por Puno na primeira noite, depois de nos perdermos por uma serra que valeu cada minuto hipnotizante daquelas curiosas imagens da natureza peruana; passando a semana em Cusco; uma noite em Águas Calientes para chegar em Machu Picchu e por último, Puerto Maldonado.
Agora, espero que você possa dedicar alguns minutos para viajar com a gente vendo a seleção de cento e algumas fotos que vem aí!
Ir de carro ao Peru
Passamos a fronteira entre Chile e Peru e não foi nem um pouco antipática como a da Argentina e Chile. Um pouco demorada, mas com atendimento ótimo.
Se você fizer essa rota, é bom ter 1 dólar trocadinho para comprar um papel de relação de veículo e passageiros estrangeiros que saem do Chile. Daí é só preencher as paradinhas com RG ou passaporte em mãos, malas no Raio X, não precisa tirar todos os objetos, fazer o seguro obrigatório para o carro depois de passar pela aduana e partir ser feliz no país mais legal dos legais!
Viajar de carro pelo Peru é QUASE tranquilo. As estradas são pouco movimentadas e geralmente bem cuidadas. O motivo do quase, é por ser preciso muita cautela. O povo dirige como se não tivesse leis, estacionam sobre a pista, fazem mil manobras inesperadas e ainda andam de qualquer jeito. Ou seja, se estiver de carro por lá, cuidado com os loucos! Vale também cuidar com os animais e não atropelar nenhuma lhama que por ventura atravesse o seu caminho.
Diferente das rodovias, o transito nas cidades é caótico! E funciona mais ou menos assim: BI BI BI BIM BIMMMM BOMMMMM BIII! O povo usa a buzina pra tudo! Anda: buzina. Freia: buzina. Tem alguém na frente? Buzina também! No começo achávamos que tinha algo de errado conosco, porque todo mundo passava e mandava um barulhinho. Não demorou muito para entendermos que tudo ali era motivo para dar uma buzinadinha. Sem contar com as milhares de motos que tem por lá.
Cores e cultura
O Peru é completamente diferente de tudo que já havíamos conhecido. Imergir na cultura peruana é como dar um passo atrás na loucura que estamos acostumados. Tudo é lindo. As cores, a indrumentária, as construções espanholas, as ruínas deixadas pelo povo inca, os artesanatos bonitos e baratos sendo vendidos por todo lugar, e até a estranha forma de vender comida por poucos dinheiros na rua.
O povo peruano no geral esbanja simpatia, tratam bem os turistas (são bons vendedores) e nas cidades maiores como Cusco, a maioria fala inglês e a história tá grudada na ponta da língua, prontinha para sair quando alguém pergunta.
Já nas cidades menores e menos desenvolvidas, as cores são ainda mais intensas, as roupas mais rebuscadas, as saias das mulheres são mais rodadas e os chapéus mais enfeitados. Só que, é preciso respirar bem fundo pra não se incomodar com a marcha lenta das pessoas.
A galera nessas cidades é de vagar quase parando e vivem num fantástico mundo de sei lá o quê! Atendimento no comércio é lerdo, você pergunta uma coisa, te respondem outra, e isso quando respondem. E parece que estão acostumados com a falta de cortesia. Um frentista num posto chegou a me agradecer pela simpatia, só porque recebeu um obrigadadenada junto de sorriso na hora de pagar a conta. Vai entender! Mas só nas cidades pequenas…
Hospedagem barata
Encontrar hospedagem no Peru é muito fácil. Em Cusco por exemplo, tinha um hostel do lado do outro e é tudo bem barato. Passamos a semana na Posada de Pardo Inn no centro da cidade por 60 Soles (60 reais).
Ficar no centro foi ótimo, pois estávamos perto de tudo e podíamos sair sempre a pé. Trabalhávamos na pousada mesmo, com wifi meia boca no quarto em horários comercias e dava para aproveitar bastante, pois meio dia no Brasil ainda eram 10 horas da manhã no Peru.
Em Puno pagamos 35 Soles e em Puerto Maldonado 50 Soles. Todos com garagem e wifi. Só toalhas de banho são luxo e dificilmente são oferecidas.
Em Cusco foi amor a primeira vista
A cidade é um encanto. Tem Centro Histórico com arquitetura espanhola, Plaza das Armas, muitas agências de turismo, museus incas, igrejas com interior de madeira lindamente esculpidas, um mercado público gigante onde se encontra de tudo e, dentro desse tudo, tem desde artesanato, badulaques, bolsas, roupas, restaurantes, pão caseiro, frutas, queijo colonial, e até umas coisas meio estranhas como cabeças de cavalo, galinha com pézinhos e cortes de carne sem embalagem e muito menos refrigeração.
Festa do Sol
Tivemos tanta sorte nessa viagem, indo parar no Peru (que não estava na rota) justo na semana mais importante do ano, quando se comemora o Inti Raymi ou Festa do Sol, quando o MUNDO vai para Cusco no dia 24 de junho. Tava lotado e, ainda assim, pudemos assistir o ano novo Inca, com desfiles culturais na rua durante a semana, ver pessoas vestidas à caráter e o grande teatro em Sacsayhuaman – um parque arqueológico no alto da cidade – e a rica arquitetura inca.
Um dia depois da grande festa fomos para Machu Picchu, o que não foi uma das melhores escolhas, porque tinha muita gente, mas ir a Cusco e não ir à cidade perdida, seria como terminar a viagem deixando-a incompleta. Um passeio longo e cansativo de dois dias e por isso vale um post só para ele.
E nessa vibe terminou a #Semana15, saindo do último país da viagem para retornar ao Brasil com muita energia e querendo voltar ao Peru o quanto antes!
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