Atravessando o deserto do Chile até San Pedro de Atacama #Semana14
Pra chegar a San Pedro de Atacama, no Norte do Chile foram 1.583 km desde Viña del Mar, em meio ao deserto vendo apenas areia e pedras de gigantes montanhas ao lado de uma estrada solitária.
As distâncias entre as cidades são longas e por algumas horas não se encontra absolutamente nada. A gente anda, anda, anda e não tem um posto, uma borracharia, um bar, um nada! A única coisa que existe são grandes estacionamentos (diferente de acostamento) onde você pode parar para descançar e até tirar um cochilo.Tem também os túmulos à beira da estrada. Vários deles! Uns grandes, outros pequenos, e sempre com uma bandeirinha chilena de um morto bem patriota.
Próximo a San Pedro a estrada é virada em curvas e sobe e desce. Porém, nada tão assustador e impossível de chegar com um carro pequeno. (Eu que sou uma baita de uma barbeira medrosa, cheguei dirigindo enquanto o motorista oficial da viagem descansava e, foi tranquilo!)
Chegando em San Pedro de Atacama
Sabe assim cidade fofa? Dessas de fechar os olhos e ficar imaginando com alma de criança? Acrescenta um doce colorido e é mais ou menos assim San Pedro de Atacama. Um vilarejozinho pequeno, com ruas de barro, onde os moradores vivem do turismo e não conhecem violência.
A cada esquina, uma agência de turismo com mil passeios (prepare o bolso, é tudo caro!), vários bares que servem o famoso Pico Sour – bebidinha delícia de limão -, carne de lhama (não, obrigada) e lojinhas de artesanato com muitas cores.
Nas feiras você compra fácil chás, balas e folhas de coca. Isso mesmo que você leu, COCA! Pra passar o mal de altitude, mascar folhinhas é o que há! É incrível, cura qualquer enjoo e dor de cabeça de imediato!
Por lá a gente também descobriu que adobe, não é somente marca de software de trabalho. É também, o nome do substrato feito de barro e palha para construir casas, e responsável por todo o charme do local. Boa sacada da Adobe® que carrega este nome!
Encontrando hospedagem barata em San Pedro de Atacama
Estávamos prontos para montar barraca por lá, no entanto, na data tava rolando alguma treta na regulamentação dos campings e a maioria deles estava “dispensando” os campistas.
Nos hostels o valor das diárias eram um pouco acima do nosso orçamento. Explicamos todo o projeto para uma recepcionista e, aparentemente, a moça foi com a nossa cara saindo com um “humm, como vocês são magrinhos, creio que podem ficar num quarto mais em conta que temos aqui!” (…) Resultado: ficamos em um quarto com uma cama, só que de solteiro! Pois é.
A diária do Hostel Puritama no centro de San Pedro para nós dois ficou 12.000 pesos chilenos, o equivalente a R$60,00 com garagem, wifi, cozinha, banheiro coletivo e pessoas de todos os cantos do mundo pra trocar figurinha. Foi ótimo!
Dores e delícias de viajar trabalhando
O Atacama é mágico, e o simples fato de estar na região já é muito recompensador. São inúmeros passeios e locais irresistíveis para conhecer. O duro é que nesse nomadismo digital, matamos dois dias de trabalho para chegar até lá. E não teve jeito, a coisa acumulou!
Não deu pra conhecer tudo. A gente parecia uns ETs na área comum do hostel. Enquanto todos os hóspedes acordam cedo para curtir, nós aqui, acordávamos cedo para botar a bunda na cadeira, grudar os olhos no computador e tra-ba-lhar!
Aventuras pelo deserto
Não sobrou muito tempo para passeios nessa semana no Atacama, mas em um dia deu pra conhecer e suspirar por algumas paisagens.
A vantagem de estar de carro, é não precisar gastar com agências e desbravar por conta própria os locais. Um guia de San Pedro que conhecemos em Viña del Mar (na casa do francês, lembra?) nos deu um roteiro e foi bem proveitoso.
- Iniciamos pelo Valle de la Luna, onde pedrinhas de sal parecem neve crocante.
- Depois o Valle de la Muerte. Deu medinho passar de carro, pois logo na entrada tem dois buracões que assustam, mas dá pra seguir. Entrada gratuita, por enquanto.
- A tarde passamos pela Laguna Cejar. Uma lagoa azul de água salgada e flutuante. Pode banhar-se, porém, a água é gelada, estávamos no inverno e custava 20.000 pesos chilenos, mais ou menos R$100,00 por pessoa. Passamos reto!
- Um pouco adiante, conhecemos os Ojos del Salar, duas lagoas paralelas que mais parecem dois olhinhos. Uma delas pode mergulhar e não paga nada por isso.
- O pôr do sol ficou para a Laguna Tebinquiche, onde pagamos 2.000 pesos chilenos (R$ 10,00) para entrar e desfrutar uma caminhada pelo sal e sol.
O visual é lindo, ao cair da tarde, montanha e vulcão refletem na lagoa presenteando visitantes com fotos de cartões postais. Um passeio de boa e, maravilhosamente, bonito!
A semana acabou e não fizemos nem a metade dos passeios que o Atacama oferece. Mas foi o suficiente para sairmos de lá apaixonados e com sentimento de missão cumprida por ter atravessado o Chile de carro e partir com dedos tamborilando de ansiedade rumo ao Peru.
Semana que vem, as mais lindas cores peruanas por aqui!
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